segunda-feira, 10 de março de 2014

Atendimento Educacional Especializado do Aluno com Surdez


     A Inclusão escolar é uma proposta politicamente correta que representa valores simbólicos importantes, condizentes com a igualdade de direitos e de oportunidades educacionais para todos, em um ambiente educacional favorável.  Nesse sentido a educação escolar das pessoas com surdez é um dos grandes desafios que demanda pesquisas constantes, discussões e trocas de experiências entre diversas áreas. As pessoas com surdez enfrentam diversos obstáculos decorrentes da perda auditiva, a comunicação é a principal. Dessa forma interagi com seus pares não é uma tarefa das mais fáceis para o sujeito surdo.
    De acordo com a história, as concepções desenvolvidas sobre a educação de pessoas com surdez se fundamentam em três abordagens: oralista- que defendia a ideia de que a pessoas com surdez deveria superar a surdez, falando e se comportando como se não fosse surdo. Comunicação total- consistia na prática de usar sinais, leitura orofacial, amplificação e alfabeto digital e o bilinguismo que visa capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social. Diante dessas concepções deve-se repensar a educação escolar dos alunos com surdez, tirando o foco desta ou daquela língua e buscando a discussão em prol da qualidade da educação e das práticas pedagógicas.
    Para que a inclusão de alunos com surdez na escola comum aconteça realmente é necessário que se busquem meios para beneficiar sua participação e aprendizagem tanto na sala de aula comum como no Atendimento Educacional Especializado, eliminando barreiras para a plena participação considerando suas necessidades especificas. (MEC/SEESP, 2007).
O trabalho pedagógico dos alunos com surdez nas escolas comuns deve ser desenvolvido em um ambiente bilíngue, em um espaço em que se utilize a Língua de Sinais e a Língua Portuguesa. A prática pedagógica do AEE parte dos contextos de aprendizagem definidos pelo professor de sala comum, realizando pesquisas sobre o assunto e a partir daí elaborar o plano de AEE.
Segundo Damázio (2007), o AEE envolve três momentos didáticos pedagógicos: Atendimento Educacional Especializado em Libras, Atendimento Educacional Especializado de Libras e Atendimento Educacional Especializado de Língua portuguesa.
O AEE em Libras fornece a base conceitual dos conteúdos curriculares desenvolvidos na sala de aula, contribuindo para que o aluno com surdez participe das aulas, compreendendo o que é tratado pelo professor. O Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Libras acontece na escola comum, no qual os alunos com surdez terão aulas de Libras, favorecendo o conhecimento e a aquisição, principalmente de termos científicos. Este trabalhado é realizado pelo professor e/ou instrutor de Libras (preferencialmente surdo), de acordo com o estágio de desenvolvimento da Língua de Sinais em que o aluno se encontra. O atendimento deve ser planejado a partir do diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a respeito da Língua de Sinais. O AEE  para o ensino da Língua Portuguesa  deve acontecer na SRM em horário diferente da sala regular, sendo desenvolvido por um professor, preferencialmente, formado em Língua Portuguesa e que conheça os pressupostos linguísticos teóricos que norteiam o trabalho, e que, sobretudo acredite nesta proposta estando disposto a realizar as mudanças para o ensino do português aos alunos com surdez.
Diante do exposto fica claro que  o ponto de partida do AEE é a compreensão e o reconhecimento do potencial e das capacidades desses alunos, vislumbrando o pleno desenvolvimento e a aprendizagem, sendo reconhecido e assegurado por meios legais o direito a uma educação bilíngue em todo processo educativo.


REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional. LDB 4.024, de 20 de dezembro de 1961
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes operacionais da Educação Especial para o Atendimento Educacional Especializado (AEE) na Educação Básica. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo 05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional Especializado em Construção, p. 46-57.
DAMÁZIO, M. F. M.; ALVES, C. B. Atendimento Educacional Especializado do aluno com surdez. Capítulo 2. São Paulo: Moderna, 2010.


Um comentário:

  1. Valderice muito bem fundamento o seu texto foi de grande conhecimpento para nosso aprendizado

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